terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Steam Review - Osteoblasts



 Retornamos aonde começamos, ao pó.


Nada como um RPG  para começar o dia não é mesmo? Lutar pela vida própria vida, usando classes distintas e ter uma equipe de personagens para controlar. Para no fim ter uma batalha climática contra deuses  e demônios. Osteoblasts vem para fazer isso com o osso na mão.



Lançado pelo Estúdio Moonana, responsável por jogos como Virgo Versus the Zodiac e o vindouro KeyLocker, Osteoblasts  traz um mundo que já acabou, pelo menos se você era um ser humano, não deu bom para você não. Aqui controlamos um esqueleto re-animado pela Gata Feiticeira por motivos que ela não se interessou em explicar, exceto pra enfrentar cães.

A história do jogo foi algo que eu não consegui captar muito bem no seu desenrolar. Ao longo dos eventos, nosso personagem principal é questionado sobre suas ações, se está agindo de acordo com seu livre-arbítrio ou se é mais uma marionete da Gata Feiticeira. 



O protagonista acaba por seguir um caminho linear em sua jornada, mas aparentemente temos algumas escolhas em determinados momentos, a que pude retestar (devido ao meu tempo) me deu um outro final então há sim um fator escolha nesse jogo, então mantenha isso em mente quando estiver jogando.

A escolha mais importante que o jogador deve fazer é o tipo de classe que será selecionada.  São seis ao todo, sendo o Savage, o Shaman, o Scavenger, o Samurai, o Cientista e o Estranho. cada classe tem alguma diferenciação nos itens que conseguem pelo menos no começo do jogo. As classes também tem variações nos seus espaços de equipamento. Não se preocupe tanto pois no final do jogo você estará pronto e razoavelmente balanceado com seu personagem.


Cada classe tem uma cor, meio que como uma aura ao redor do personagem que são similares às cores de cada atributo base. Roxo  significa a força física, Verde  tem relação com a velocidade e laranja tem ligação com destreza. Imagino eu que seja uma forma do desenvolvedor indicar que atributos seriam os principais que cada classe deveria focar ou ser especializada.

O que não fiz na minha campanha com meu Scavenger, a classe que estaria teoricamente relacionada a velocidade. Aprendendo o  jogo acabei focando em três atributos, sendo a Destreza (Skill) a minha principal. Ela está atrelada ao dano de contra-ataque do personagem e no decorrer do jogo esse era meu principal meio de dano. A velocidade do meu personagem também estava bastante alta, mas não foi o meu foco, já que eu foquei mais em Força e Destreza.


Como um clássico RPG, para que seu personagem fique mais forte ele precisa subir de nível. Em Osteoblasts não é diferente no conceito mas sim na execução. Subir de nível te garante a escolha entre três deuses e cada qual dão um +1 a dois atributos. Para níveis pares são um grupo e para ímpares são outro. Isso dá ao jogador a customização do crescimento de seu personagem, podendo agir de forma mais balanceada em todos os atributos OU especializar em alguns poucos.

Se você pensa que vai ficar com algum atributo muito subdesenvolvido, ainda temos os equipamentos e as estátuas. Começando dessas últimas, são estátuas de cada um dos 6 deuses espalhados pelo mapa todo. Cada uma tem  sua ação principal e te garante um +1 nos atributos que representam aquele deus. Basicamente, são um nível extra. Suas ações principais variam, umas são teleportes, outras servem como checkpoint ou um comércio. Basicamente, você terá uma ajuda extra nos atributos que não focar.




Os equipamentos também tem utilidade nisso, aumentando ainda mais um pouquinho seus números, mas o mais importante mesmo é que eles que definem as habilidades que você pode usar em combate. Se você equipar o escudo, poderá usar uma habilidade que reduz danos físicos. Se estiver com um tridente, você pode usar um salto que sempre vai primeiro no combate. Inclusive as próprias magias fazem parte dos equipamentos e são facilmente intercambiáveis, contanto que você tenha os atributos necessários para usá-las.

Depois de tanta conversa sobre atributos e equipamentos, tem que se falar também do combate.
Primeiramente, os inimigos estão dispostos nos mapas, ou seja, não são encontros aleatórios mas também não são completamente evitáveis. a vantagem desse sistema é que você pelo menos consegue esperar o que vai vir pela frente. Parte dos inimigos dá para desviar, mas em RPGs é sempre bom dar uma boa batalhada pra evitar estar fraco no momento que precisar.


Os combates ocorrem por turno e quem for mais rápido vai primeiro. além disso diversas habilidades possuem prioridade ou atraso em suas ações, podendo alterar a ordem da rodada. O jogador  controla apenas o personagem esqueleto sendo a maior parte das batalhas um contra um ou dois contra um. O jogo não possui mana mas usa uma barra de 0 a 10 chamada Marrow, que seria o tutano.

Cada habilidade tem um custo e você precisa pagar ele. Existem também habilidades de uso limitado por batalha e até mesmo aquelas que regeneram sua barra e te garantem alguma proteção. Essas são as mais importantes para mim, me permitiram estar pronto para qualquer situação que aparecia. A "Ward" em especial foi incrivelmente útil, já que ela reflete as magias para os inimigos e deixou alguns combates muito mais ao meu favor.


No começo do jogo eu senti alguma dificuldade, morrendo muito mas agora re-jogando o início estava com muito mais controle das lutas e entendendo mais o que eu podia fazer. Morrer não é muita coisa em Osteoblasts, exceto um empecilho ao perder metade do seu dinheiro. 

Os combates  em certo ponto  foram me desgastando um pouco, e eu estava num ponto que podia evitar se eu quisesse e assim o fazia, já que não é superraro dar tudo errado numa luta, com inimigos desviando de tudo e você só sofrendo.Um ataque chamado Cut tem na sua descrição  que  raramente eu errava. Só que eu estava errando bastante e fiquei meio perplexo e receoso de usar. O contra-ataque por outro lado me dava melhores resultados.


Minto se digo que usei todas as estratégias existentes no jogo, não usei nem metade das magias por exemplo, mas eu também não senti muita falta. Apesar de que elas são úteis além do dano causado. Magias aplicam as vantagens elementais de uma forma melhor e, salvo algumas exceções, não fazem com que os inimigos contra-ataquem. O único risco é de eles repelirem mas se você for mais rápido, não vai rolar.

Os itens contudo, são um ponto que podem facilitar até certo ponto suas lutas mais importantes. o jogo não tem nenhuma vergonha de te dar diversos itens de cura, mas o principal deles, pode ser comprado de forma muito barata. O Peixe é um item de super baixo custo e que cura toda sua vida e tutano, sendo uma ótima opção para quando se está com metade da vida. Isso acaba tornando os chefes bem mais maleáveis se você tiver bastante peixe no bolso.


Eu gosto bastante dos aspectos visuais do jogo. Dá para ver que se divertiram para criar os inimigos e arranjaram uma desculpa para fazer várias raças de cães também. Os backgrounds das batalhas são bem estilosos, como fotos sofrendo um tratamento que deixa eles até bem imersivos. O mundo mesmo já é bem mais simples e busca sempre ter um aspecto melancólico, sujo e morto, como seria o fim do mundo, de alguma forma.



A trilha sonora também faz um ótimo papel de ambientar essa visão de mundo mais obscura, mas também não falha em entreter. Se algumas viram um pouco mescladas com o ambiente, outras são divertidas e ainda tem as muito tensas. Aspectos visuais e sonoros desse jogo estão muito bons.

Osteoblasts é uma campanha curta, levei mais ou menos umas 8 horas para completar e sua rejogabilidade vem das diferentes classes e opções de melhoria do personagem, além de algumas escolhas ao longo da jornada e pequenas sidequests. tenho a impressão que tem mais coisa escondida no jogo mas aí é apenas uma teoria.

Osteoblasts não é uma compra obrigatória da revolução dos RPGs do mundo, mas é extremamente competente no que se propõe a fazer e nada como um projeto secundário antes de Keylocker, o próximo  título do estúdio. Um sólido 8/10.



 

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